Brasília-DF, 04/05/2015) Acabou a novela. Depois de semanas de especulações, marchas e contramarchas, o Diário Oficial da União(D.O.U) publicou em sua edição de hoje,04, nos Atos do Poder Executivo a exoneração do piauiense Nélson Antônio de Sousa da Presidência do Banco do Nordeste do Brasil e a consequente nomeação do cearense Marcos Costa Holanda para substituí-lo. A nomeação foi publicada hoje mas foi (assinada pela Presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ainda na quarta-feira, 30 de abril de 2015.
A indicação do economista Marcos Holanda é uma vitória pessoal do líder do PMDB no Senado, senador Eunício Oliveira(PMDB-CE). O Banco do Nordeste, que se transformou junto com a Codevasf como as maiores empresas públicas com atuação no Nordeste com caráter voltado ao desenvolvimento, volta ao comando dos cearenses. Tradicionalmente, pela sede estar no Ceará, o banco costuma ser controlado por um cearense, enquanto as diretorias são indicadas por lideranças nordestinas de outros estados. Após a crise que atingiu o banco em 2011/2012, o banco chegou a ser comandado por um catarinense, algo inédito, e depois ficou sob o comando do piauiense Nélson de Souza, que é funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal(CEF) e tinha sido diretor de Administração daquele banco. Nélson de Souza estava efetivado no BNB desde 1º de julho de 2014, depois de assumir o comando do banco em substituição ao catarinense Ary Joel Lazarin. Ele chegou ao BNB em abril de 2012 para atuar como Diretor de Administração e Tecnologia da Informação.
No último dia 23 de abril, o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César(PSD-PI), encaminhou na Vice Presidência da República – o Vice Presidente Michel Temer(PMDB) é o coordenador político do Planalto ao acumular o comando de fato da Secretaria de Relações Institucionais(SRI) – um pedido formal de manutenção de Nélson Antônio de Souza no comando do BNB. Seis governadores, três lideres partidários, seis senadores e o próprio coordenador Júlio César queriam a manutenção do piauiense. Três governadores não apoiaram a iniciativa, os peemedebistas Jackson Barreto(SE), Renan Filho(AL) e o socialista Paulo Câmara(PE).
Marcos Holanda
Marcos Costa de Holanda é economista pela Universidade de Fortaleza(1984), engenheiro civil pela Universidade Federal do Ceará(1983) e Mestre em Economia pela Fundação Getúlio Vargas –nRJ (1987). Foi fundador e primeiro diretor geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado do Ceará(IPECE) e atualmente é Professor do Departamento de Economia Aplicada da Universidade Federal do Ceará(UFC) .
O Banco do Nordeste encerrou o ano de 2014 com R$ 38,2 bilhões em ativos e com um lucro líquido de R$ 747,3 milhões. O BNB contratou R$ 23,3 bilhões no ano passado em operações de crédito, informa o último balanço. Marcos Holanda atuou na Secretaria de Planejamento do Governo Lúcio Alcântara, do Ceará, entre 2003 e 2006.
Vitórias e derrotas
A saída de Nélson de Souza marca a derrota do sindicalismo bancário ligado ao PT que comanda o BNB desde o ano de 2003, quando da chegada do economista Roberto Smith ao comando do BNB no lugar de Byron Queiróz, que esteve à frente da Instituição nos anos do Governo de Fernando Henrique Cardoso, por influência de Tasso Jereissati.
É mais uma derrota do grupo ligado a família politica cearense Ferreira Gomes. A segunda para os peemedebistas em 4 meses do segundo mandato da Presidente Dilma Rousseff. A primeira foi quando o ex-ministro da Educação, Cid Gomes, deixou o comando da pasta após uma disputa com o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha(PMDB-RJ). Os irmãos Cid e Ciro Gomes derrotaram o senador Eunício Oliveira na disputa ao governo do Ceará, no ano passado.
Entre os governadores, destaca-se a derrota do governador do Piauí, Wellington Dias(PT), e os outros governadores petistas, como Rui Costa(BA) e Camilo Santana(CE). O socialista Ricardo Coutinho(PB), o pessedista Robinson Faria(RN) e o comunista Flávio Dino(MA) também são sócios da derrota política.
A decisão por Marcos Holanda é a marca do protagonismo do PMDB como partido do poder neste segundo governo Dilma. Eunício Oliveira é o líder do PMDB no Senado, visto como o próximo presidente do Senado nos dois últimos anos do segundo mandato de Dilma, 2017 e 2018 – em substituição ao polêmico e cada vez mais imprevisível Renan Calheiros(PMDB-AL).
Fonte: Agencia Política Real
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