Vôlei masculino tenta o tetra, e meninas querem título inédito. Brasileiros buscam pódio no judô, ginástica e vela. Tudo longe do país, que não sediará nenhum Mundial.
O ano passado foi histórico para o esporte brasileiro: 27 medalhas em campeonatos mundiais, oito delas de ouro. Destaque para o inédito título do handebol feminino, a dobradinha Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha na maratona aquática e o primeiro ouro da história do judô feminino brasileiro em mundiais, com Rafaela Silva. Marcus Vinícius explica ainda que o objetivo está em 2016:
- Não estabelecemos uma meta de medalhas para o ano, mas teremos como base de comparação os segundos anos dos ciclos olímpicos passados (2010, 2006, 2002, etc). Porém, as diferenças de calendário entre os eventos previstos nos últimos 4, 8 e 12 anos não permite um comparação de forma objetiva entre os anos. Esperamos continuar evoluindo, sabendo que cada modalidade tem um objetivo específico neste ano e, para isso, daremos todo o suporte para que alcancem suas metas - disse o dirigente.
Principal fonte de medalhas dos últimos anos, o vôlei terá um "aquecimento" antes do Mundial. A fase final da Liga Mundial (masculino) começa nesta quarta, enquanto dentro de alguns dias se inicia o Grand Prix (feminino). Em 2014, a principal competição é o Campeonato Mundial, na qual os homens buscam o quarto título seguido. Já as mulheres vão atrás de uma medalha de ouro inédita. Depois de dois vices seguidos, as bicampeãs olímpicas tentam conquistar o Mundial a partir do dia 23 de setembro, na Itália, sem contar com a líbero Fabi, que anunciou que não defende mais a seleção.
O judô tem uma responsabilidade grande no Mundial da Rússia, de 25 a 31 de agosto: repetir as sete medalhas conquistas no ano passado, entre elas o ouro de Rafaela Silva, quando a competição foi realizada no Rio de Janeiro. Carro-chefe de pódios do Brasil em Olimpíadas, a modalidade quer manter a média de medalhas nas principais competições para chegar forte em 2016.
- Trabalhamos para igualar o resultado de 2013, mas acreditemos que temos potencial para ainda mais medalhas, não me surpreenderia. Estamos colhendo frutos a curto prazo, no Mundial deste ano, médio prazo, para 2015, e principalmente a longo prazo, com olhos nas Olimpíadas - disse o coordenador da seleção brasileira Ney Wilson.
Se o judô brasileiro e o pódio andam de mãos dadas há décadas, a seleção masculina de basquete tem um objetivo mais modesto: quer apagar o vexame do ano passado, quando perdeu os quatro jogos da Copa América e só se classificou para o Mundial da Espanha por conta de um convite da Federação Internacional de Basquete (Fiba). A competição tem início no dia 30 de agosto, e o Brasil está no Grupo A, ao lado de Espanha, França, Sérvia, Egito e Irã. Já a equipe feminina entra em quadra de 27 de setembro a 5 de outubro, na Turquia. O Brasil está no Grupo A, com República Tcheca, Espanha e Japão.
A China, uma das principais potências da ginástica artística, será o palco do Mundial da categoria que começa dia 3 de outubro. A seleção feminina deve contar com um misto da experiência de Daniele Hypolito, em seu nono Mundial, com a juventude de Rebeca Andrade e Flavia Saraiva, as duas novas caras da modalidade no Brasil. Já entre os homens, Arthur Zanetti, invicto há mais de dois anos nas argolas e campeão mundial e olímpico no aparelho, é o favorito ao bicampeonato. O ginasta, porém, sabe das dificuldades:
- Nas Copas do Mundo neste ano, venci alguns dos adversários que vou ter no Mundial. Mas um Mundial nunca é fácil - disse o campeão de 2013 e medalha de prata em 2011.
O último Mundial da lista é o de natação em piscina curta. A competição, que reunirá alguns dos principais nadadores do mundo, inicia dia 3 de dezembro, no Catar. O campeão olímpico nos Jogos de Pequim 2008, Cesar Cielo, já anunciou que tentará o bicampeonato na competição:
- Eu ganhei o Mundial em 2010 e vou tentar o bi. É um mundial e meu foco na temporada é a participação em Doha - comentou Cielo.
PRIMEIRAS VAGAS PARA OS JOGOS OLÍMPICOS DE 2016
O Campeonato Mundial de Esportes Equestres, que será disputado na França a partir do dia 25 de agosto, será a primeira competição que dará vaga diretamente para os Jogos Olímpicos de 2016. Entre as provas de adestramento, Concurso Completo de Equitação (CCE) e saltos, serão 60 vagas nos Jogos do Rio.
Para o Brasil, o Mundial é um evento importante para a preparação rumo às Olimpíadas, mas, segundo a Federação Equestre Internacional, o país já tem vaga garantida por equipes nas três modalidades.
Dias depois, será realizado o Campeonato Mundial de Tiro Esportivo, em Granada, na Espanha. Aí, será mais importante para o Brasil conquistar vagas para 2016. Por ser sede, o país tem garantidas nove vagas, cinco entre os homens e quatro entre as mulheres. Mas, no Mundial, o Brasil pode conquistar novos lugares para as Olimpíadas. São 64 vagas em jogo, espalhadas pelas 15 categorias da modalidade.
Esporte que mais medalhas de ouro trouxe para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos, a vela terá o Campeonato Mundial também na Espanha, exatamente na mesma época. Para o Brasil, pouco importará a briga pelas vagas olímpicas, já que por ser sede, o país já está classificado em todas as categorias. O objetivo é conquistar medalhas, já que, ano passado, foram dois ouros (Robert Scheidt na classe laser e Jorge Zarif na Finn) e uma prata ( Martine Grael/Kahena Kunze na 49er).
RIVALIDADE: ARGENTINA JÁ GANHOU MEDALHAS EM 2014
Não basta os "hermanos" terem disputado a final da Copa do Mundo no Maracanã. Esse ano, alguns Campeonatos Mundiais de modalidades olímpicas já foram realizados, e os argentinos conquistaram duas medalhas de bronze no hóquei sobre a grama.
Se no Brasil o hóquei ainda não é muito divulgado, na Argentina é bastante popular. A seleção feminina conquistou medalha nas últimas quatro Olimpíadas e saiu da Copa do Mundo, realizada na Holanda no mês passado, com o bronze. Os homens também ficaram na terceira colocação.
Em fevereiro, foi realizado o Campeonato Mundial de Ciclismo de Pista, sem a participação de atletas brasileiros. Destaque para Alemanha e França, com três medalhas de ouro cada.
Apesar do sucesso, a tendência é que o Brasil conquiste bem mais medalhas que a Argentina nos mundiais que estão por vir. Como comparação, na última edição das Olimpíadas, o Brasil subiu ao pódio 17 vezes (três ouros, cinco pratas e nove bronzes), enquanto nossos vizinhos ficaram com apenas quatro medalhas (um ouro, uma prata e dois bronzes).
NEM TUDO QUE RELUZ É MUNDIAL
O calendário de algumas modalidades olímpicas não reserva para 2014 um Campeonato Mundial. Mas, nem por isso, o segundo semestre do atletismo, saltos ornamentais, taekwondo, futebol feminino e vôlei de praia será sem graça.
Nas pistas de atletismo, restam ainda cinco etapas da Diamond League, principal circuito de provas da modalidade, e os brasileiros disputam medalhas no salto com vara. Fabiana Murer tenta manter a liderança entre as mulheres, enquanto no masculino os jovens valores do país competem com os melhores do mundo.
No futebol feminino, o Campeonato Sul-Americano do Equador, em setembro, distribuirá duas vagas para a Copa do Mundo do ano que vem, e a seleção brasileira de Marta & Cia. tentará manter a tradição de sempre se classificar para o evento.
No taekwondo, o circuito mundial segue e, em dezembro, a final do Grand Prix reúne os principais lutadores de cada categoria. No vôlei de praia, o ano não está sendo tão bom como o de costume para os brasileiros, mas ainda restam 14 etapas para o fim do circuito mundial. Tempo bastante para as duplas se entrosarem, conquistarem medalhas e entrarem em 2015 no auge.
As piscinas de Xangai serão palco da Copa do Mundo de saltos ornamentais, principal competição do ano na modalidade, já que o Campeonato Mundial é realizado em anos ímpares. Cesar Castro é o principal nome do país no torneio, que tem início já nesta terça-feira.
Globo Esporte
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