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terça-feira, 15 de julho de 2014

Carolinie Figueiredo publica manifesto a favor do parto humanizado


Defensora do parto humanizado, a atriz Carolinie Figueiredo usou seu perfil no Instagram para falar sobre o assunto. A motivação, desta vez, foi a história de uma potiguar acusada pelo obstetra de ter comido a própria placenta após o parto e de ter corrido nua pelos corredores do hospital.

“Eu, como muitas mulheres, não consegui dormir ao abrir o blog ‘Cientista que virou mãe’. Doeu em mim, no meu corpo, na minha alma a história da ‘mãe de Natal’. Há dois anos também tive um parto violento. Negaram-me comida e água, me impediram de levantar da cadeira para buscar posições mais confortáveis e, por fim, administraram uma manobra invasiva e desnecessária. Uma violência, fruto de falta de informação e humanização da equipe. Tive depressão pós-parto, dificuldade na fusão com o bebê, ele chorava por mim e eu só queria chorar. Por sorte (e apoio) consegui amamentar, mas minhas emoções e minha potencialidade de cuidar estavam devastadas.”, escreve a atriz no início do desabafo.
Carolinie Figueiredo defendeu posição da
Carolinie Figueiredo defendeu posição da "mãe de Natal", que foi chamada de comedora de placenta, ao ler um relato dela num blog Foto: Reprodução/Instagram / Agência O Globo
Na segunda gestação, num primeiro momento, Carolinie confessa não só ter pensado em passar por uma cirurgia cesariana, como também aproveitaria o momento para fazer uma lipoaspiração. A ideia foi deixada de lado assim que obteve mais informações sobre parto humanizado.

“Hoje nos damos conta de como a mulher é agredida, humilhada e menosprezada naquele momento que poderia ser o auge da sua vida: parir. E como essa violência é silenciada! O ‘médico’ ainda ridicularizou e expôs a vida dessa mulher nas redes sociais. Mas ela foi uma guerreira, informada e consciente, não abaixou a cabeça. Eles não estão acostumados com as mulheres empoderadas, mas elas estão crescendo e dominarão esse mundo machista, agressivo e opressor! Retomarão o direito de parir e o direto básico à informação e à atualização (e humanização) dos profissionais de saúde... [...] Olhei para o meu quintal onde tive as últimas contrações de expulsão, para a árvore onde embaixo está enterrada minha placenta e chorei. Agradeci por ter sido agraciada com um segundo parto respeitoso e natural. Pedi para que todas as mulheres do mundo tenham informação dos seus direitos (e poderes) e respeito ao seu corpo.”

No relato ao blog "Cientista que virou mãe", a mulher explicou a sua versão dos fatos. De acordo com o que foi publicado no site, e reproduzido pelo portal Geledés, a mãe não comeu a placenta nem saiu correndo nua pelo hospital.

"Vi gente entrando e deixando bolsa pessoal na sala de parto, com celular tocando, vi gente entrando com walk-talking ligado. [...] A pediatra, Lívia, disse que aquele parto era uma loucura, que eu era louca, e que tinha que ter aquela equipe toda lá dentro, disse que eu não era ninguém para discutir a necessidade ou não de todas aquelas pessoas ali. (…)

Infelizmente não comi minha placenta, ainda, pois ainda não tive coragem para encará-la, pegar nela, senti-la, tão cheia de mim, da minha cria, e das emoções que vivenciamos durante nove meses, e nos últimos momentos do meu bebê dentro de mim. Infelizmente também não corri nua, precisei perder alguns minutos me vestindo com roupas sujas e ensanguentadas, pois até panos limpos me foram negados."

Da Redação
com extra

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