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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Saúde aplicará duas novas vacinas a menores de 5 anos a partir de sábado



Campanha vacinação pólio (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)

Dose contra cinco doenças e injeção de pólio serão incluídas no país. 
Campanha vai até dia 24 e também dará vitamina A nos locais mais pobres.

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (14), em Brasília, a inclusão de duas novas vacinas no calendário oficial, para crianças menores de 5 anos.

Uma campanha será realizada em todo o país entre os dias 18 e 24 e pretende alcançar 14,1 milhões de crianças com até 4 anos, 11 meses e 29 dias. O dia de maior mobilização, chamado "Dia D", ocorre neste sábado (18), em 34 mil postos fixos – além de outros móveis, em escolas e parques –, e terá o envolvimento de mais de 350 mil profissionais da saúde e 42 mil veículos.

As duas novas doses oferecidas são a pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, e meningite e outras doenças bacterianas) – que até então era oferecida em duas vacinas separadas – e a inativada contra poliomielite, que não conterá mais o vírus "vivo" e passará a ser aplicada por meio de injeção.

A Vacina Inativada Poliomielite (VIP) se destinará a bebês de 2 e 4 meses de idade, e as famosas gotinhas serão usadas nos reforços, aos 6 e aos 15 meses. Mesmo quem já tiver se imunizado, mas ainda estiver dentro da faixa até 5 anos, deve comparecer à rede pública acompanhado dos pais ou responsáveis.

Uma das vantagens da injeção é que ela acaba com o risco de uma paralisia infantil causada como consequência da dose oral. Esse efeito colateral, porém, é raro: um caso em cada quatro milhões.

O vírus da poliomielite ainda circula em 25 países. Para se manter livre, o Brasil vai usar simultaneamente as duas vacinas (oral e injetável) e aproveitar as vantagens de cada uma.A introdução da VIP vem sendo feita em países que já eliminaram a pólio. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no entanto, recomenda que as nações da região continuem aplicando as gotinhas, com o vírus atenuado, até a erradicação mundial da paralisia.

Nesta campanha, serão empregados R$ 18,6 milhões do Fundo Nacional de Saúde, que serão repassados aos estados e municípios. Ao todo, foram adquiridas mais de oito milhões de doses e, na primeira remessa, serão enviadas 726 mil para abastecer todo o território.


IdadeVacinaDose
Ao nascer- BCG (tuberculose)
- Hepatite B
Única
2 meses- Pentavalente
- Poliomielite
- Rotavírus
- Pneumocócica 10
Primeira
3 meses- Meningocócica CPrimeira
4 meses- Pentavalente
- Poliomielite
- Rotavírus
- Pneumocócica 10
Segunda
5 meses- Meningocócica CSegunda
6 meses- Pentavalente
- Poliomielite
- Pneumocócica 10
Terceira
6 meses a menores de 2 anos- Influenza (gripe)Anual
9 meses- Febre amarelaInicial
12 meses- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
- Pneumocócica 10
Primeira
Reforço
15 meses- Tríplice bacteriana (difteria, coqueluche e tétano)
- Oral contra poliomielite
- Meningocócica C
Reforço
 
4 anos- Tríplice bacteriana (difteria, coqueluche e tétano)
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
Reforço
Segunda
Menores de 5 anos- PoliomieliteAtualização da vacina
10 anos- Febre amarela atenuadaUma a cada dez anos
Primeiro x segundo semestre

"Enquanto houver uma situação endêmica de pólio, o Brasil vai manter a orientação de uma forte campanha", disse Padilha.

No segundo semestre, em vez de ser aplicada uma segunda gotinha, o governo pretende atualizar o calendário vacinal. A meta será checar se a caderneta das crianças está ou não em dia.

Da pentavalente para a heptavalente

Padilha ressaltou que a vacina pentavalente tem o benefício de reduzir o número de picadas nos pequenos.

Além disso, por ser fabricada por meio de uma parceria entre o Instituto Butantan, em São Paulo, e o laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, a dose deve fortalecer a produção nacional.

"A vacina inativada já era usada para situações muito especificas de imunossupressão (deficiência do sistema imunológico), e agora vai para as crianças que ainda não começaram o esquema de vacinação da pólio. A injeção é indicada para o início da proteção contra a paralisia, até os 4 meses de vida, que é o período de maior risco", disse Padilha.

O ministro informou que o próximo passo é produzir uma vacina heptavalente, um projeto entre Butantan, Bio-Manguinhos e a Fundação Ezequiel Dias (Funed), de Minas Gerais, o que deve levar quatro ou cinco anos.

"O Brasil tem condições de fabricar vacinas de interesse para o país e disputar o mercado externo, em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a OPAS. Hoje, já exportamos doses de febre amarela, BCG (tuberculose), sarampo e rotavírus", ressaltou.

A ação faz parte do programa federal "Brasil Carinhoso", e a meta é reduzir as mortes e internações por doenças infecciosas. Além disso, a vitamina ajuda a visão e o desenvolvimento cognitivo.Vitamina A

Além da campanha nacional de vacinação, com a introdução de duas novas doses no calendário, o Ministério da Saúde anunciou nesta terça a suplementação nutricional de vitamina A, por via oral, que será feita em crianças entre 6 meses e 5 anos de idade, em 2.434 municípios nas regiões Norte, Nordeste e nos vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais.

"A OMS indica uma dose a cada seis meses para crianças de até 5 anos em lugares onde haja uma falta endêmica de vitamina A. Essa carência está relacionada a diarreias, doenças respiratórias e infecções", enumerou Padilha.

A gotinha de vitamina A será aplicada no mesmo período de vacinação, de 18 a 24 de agosto, e deve continuar nos postos de saúde depois. A expectativa é atingir 7,8 milhões de crianças nos municípios que integram o programa "Brasil sem Miséria", onde há uma maior concentração de pobreza.

Nas demais regiões do país, a suplementação será feita no decorrer deste segundo semestre, nas Unidades Básicas de Saúde, e deve atingir 3.034 municípios em todos os estados, incluindo 34 distritos indígenas.


DA EDITORA/BLOG
COM G1

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